Quando a morte fazia parte da vida
E no chão as folhas lindas, coloridas (na foto algumas que eu peguei no caminho).
A maioria delas não era verde. Estavam em um colorido estado de decomposição. Lindas, vibrantes e morrendo. Me fez lembrar que a morte já fez parte da vida. Morrer lentamente se acostumando com essa idéia, entendendo o momento - como na gravidez quando o corpo se prepara, acostumando aquela mãe e a família a uma nova idéia, uma mudança.
Já morremos em casa aos olhos de todos e não sozinhos em hospitais. A morte anda escondida, feia, renegada.
Hoje na "Caminhada com Yoga", um projeto da Claudia e do Guto do Espaço Yoga Shiva, passeamos pelo Parque Estadual da Cantareira das 9h as 16h parando para práticas e banho de cachoeira. Um lugar especial, muito próximo de São Paulo, área de conservação. Mata linda, tudo pulsando, sol entre as muitas espécies de árvores, borboletas e passarinhos.
A morte temível e assombrosa não é assim em todos os lugares. Olhando com atenção pra essa mata posso ver mais plantas mortas do que vivas ou nascendo e esse movimento é vida. Até a palavra morte fez pouco sentido no dia de hoje. Ela é vida, é mecanismo da vida, instrumento pra vida.
É vida e vida.
Ganhei ela de presente quando cheguei aqui, me acompanha a cada passo, não preciso trata-la como uma desconhecida.